Engenharia
de Software: Os desafios de uma profissão que promete.
Resumo
Este artigo
é baseado na leitura do capitulo 24 do livro Engenharia de Software
de Wilson de Pádua Paula Filho, além de incluir alguns tópicos
sobre a carreira de um engenheiro de software e suas
responsabilidades..
Introdução
Sabemos que
qualquer criação não é iniciada por nenhuma outra área que não
seja o projeto da mesma. Seja um simples objeto ou uma rede de
prédios ou até mesmo criações mais complexas como um porta-aviões
por exemplo necessita-se de uma elaboração prévia organizada de
tal maneira que elimine ou minimize ao máximo qualquer erro que
possa colocar em risco a qualidade do produto final. Na construção
de um software, nada é diferente, ao contrário disso, essa
atividade requer os mesmos cuidados, afim de garantir um produto que
satisfaça os usuários tanto no seu objetivo geral como em funções
que facilitem o seu uso.
Imaginem a
elaboração de um projeto das ruas de um bairro inteiro. A
sinalização, a acessibilidade garantem maior clareza e maior
facilidade aos indivíduos que farão uso dessas ruas. Em um
software, isso pode ser observado em orientações passadas aos
usuários sobre as ações que o mesmo deseja efetuar, além disso a
facilidade com que os usuários acessam as principais funções do
software.
Dessa
maneira, observa-se o quão importante é a função de um engenheiro
de software, isso faz com que esta profissão seja bastante
promissora e uma das maiores demandas na industria de software que
representa uma grande potência no mercado global. Dois grandes
exemplos disso são a Índia e a irlanda, ambos citados por Pádua
como dois países que apesar de enfrentarem sérios problemas como
super-população e diferenças sociais, mantêm o mercado de
softwares como um dos principais produtos de exportação.
Formação
e Certificação
Nesse
contexto, a profissão de Engenheiro de Software torna-se ,além da
maior oferta nas áreas da alta tecnologia, um grande desafio já que
se diferencia, em muitos aspectos, de outras profissões já
estabelecidas e regulamentadas. Poucos são os lugares no mundo onde
esta profissão é regulamentada. Além disso, a falta de
certificação que “intitula” o profissional como engenheiro de
software torna-se o principal obstáculo para a superação desse
desafio, pois são poucos os cursos de graduação em Engenharia de
Software sendo a maioria desses profissionais graduados em cursos
nomeados como: Ciência da Computação; Sistemas de Informação; ou
Tecnólogo.
A carreira
do Engenheiro de Software
Como
agravante da situação acima, no Brasil, os profissionais
engenheiros de software carregam até hoje uma denominação herdada
das praticas desenvolvidas nos anos 70, chamados por muitos de
Analistas de Sistemas, acabam por desvalorizados até mesmo em
grandes organizações, já que a disciplina de análise de sistemas
representa apenas uma fração do esforço realizado em um projeto de
software.
Com tantas
denominações divergentes, a regulamentação da profissão tem
gerado grandes discussões polêmicas pois algumas dessas tentativas
a regulamentação objetiva principalmente restringir o mercado de
trabalho àqueles que possuem diplomas formalizados na área,
contradizendo o padrão estabelecido em alguns países como no Brasil
onde a SBC (Sociedade Brasileira de Computação) apresenta o projeto
de lei Nº 1561 de regulamentação da profissão de informática
apresentado no plenário da câmara dos deputados em 27 de Julho de
2003 defendendo em seu artigo primeiro: Art. 1º - É livre em todo o
território nacional o exercício de qualquer atividade econômica,
ofício ou profissão relacionada com a Informática,
independentemente de diploma de curso superior, comprovação de
educação formal ou registro em conselhos de profissão.
Os demais
artigos bem como a justificativa para este projeto de lei pode ser
analisado no sitio da SBC1
Na carreira
do Engenheiro de Software, assim como na maioria das profissões da
área de informática, só é possível crescer quando se atinge um
certo grau de conhecimento da área. Dessa maneira, o engenheiro de
software passa a exercer funções de gerência, fazendo com que
muitos profissionais de amplo conhecimento técnico se tornem
simplesmente gestores de projetos afastando-os do desenvolvimento dos
projetos.
Código de
ética do Engenheiro de Software
O Código
de ética tem por objetivos a valorização da profissão e a defesa
dos interesses do publico diante das ações dos profissionais. Para
as profissões regulamentadas o cumprimento deste código é
obrigatório sujeito a penalidades cabíveis tomadas por um conselho,
sindicato ou até mesmo pela própria organização.
Como a IEEE
Computer Society oferece o único programa de certificação em
Engenharia de Software com difusão internacional, o código de
ética, por esta entidade elaborado serve de modelo para os códigos
elaborados pelas maiorias das organizações, sendo adaptados os
termos de acordo com a regulamentação da profissão em seu país de
origem. Um bom exemplo disso pode ser observado no código de ética
elaborado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação
– ASSESPRO2
fundada em 1977 com o objetivo de representar os interesses das
empresas de tecnologia da informação e promover o fortalecimento do
setor.
Conclusão
Trata-se
Engenharia de Software como uma profissão de extrema importância
nas mais divergentes finalidade como intelectual, científico,
econômico e social de um país. Entretanto percebe-se uma
necessidade em se regulamentar tal profissão afim de que seus
princípios éticos sejam cumpridos resultando em um melhoramento de
todos os aspectos aos quais essa promissora atividade está
relacionada.